quiromancia ou leitura das mãos
Quiromancia é a prática de predizer o destino a partir das linhas, marcas e padrões das mãos, particularmente das palmas.
Era praticada em várias culturas antigas, como Índia, China e Egipto. O primeiro livro sobre o assunto surgiu no século 15. O termo 'quiromancia' vem de um adivinho do século dezanove que atendia pelo nome de Cheiro. (a palavra mão em grego é cheir.)
A leitura das mãos foi usada na idade média para detectar bruxas. Acreditava-se que determinados pontos da mão indicavam se a pessoa tinha feito um pacto com o diabo. A quiromancia foi condenada pela Igreja Católica, mas no século 17 era ensinada em várias universidades alemãs (Pickover, 64). A Grã-Bretanha declarou-a ilegal no século 18. Na América do século 20 é popular o bastante para merecer um livro próprio na série Complete Idiot's Guide.
Segundo Ann Fiery (The Book of Divination [O Livro da Adivinhação]), se você for destro, sua mão esquerda indica traços de personalidade herdados e a direita indica sua individualidade e cumprimento dos potenciais. O quiromante afirma ser capaz de ler as diversas linhas da sua mão. A essas linhas são dados nomes como linha da vida, linha da cabeça, linha do coração, linha de Saturno. A linha da vida supostamente indica vitalidade física. A linha da cabeça, capacidade intelectual. A linha do coração, natureza emocional, etc.
Parte da quiromancia imita a metoposcopia ou a fisiognomia. Alega ser possível dizer como uma pessoa é através da forma das mãos. As pessoas criativas têm mãos em forma de ventilador e as almas sensíveis têm dedos estreitos e pontiagudos e palmas carnudas, etc. Existe tanto respaldo científico para essas idéias quanto há para a personologia ou para a frenologia. Todas essas formas de adivinhação parecem ser baseadas em magia simpática e intuição, ou seja, pré-julgamento.
Robin Giles e Lisa Lenard, autores do The Complete Idiot's Guide to Palmistry [Guia da Quiromancia para o Idiota Completo], afirmam que "a quiromancia funciona porque suas mãos mudam junto com você". Alegam ter alguns depoimentos para apoiá-los, mas não conseguem apresentar nenhum respaldo científico para a afirmação. Também acham que a clonagem torna muito mais fácil para que entendamos como a quiromancia funciona. "A quiromancia é possível porque você está representado na sua mão. Não existem duas mãos semelhantes porque você -- e suas células -- são singulares." Verdade. E é tão provável que eles descubram se vou me casar com uma mulher rica ou encontrar o emprego dos meus sonhos examinando minhas células quanto examinando as palmas das minhas mãos.
Embora sempre se possa dizer muito sobre uma pessoa ao se examinar suas mãos, não há nenhum respaldo científico para a afirmação de que se possa descobrir coisas como se você herdará dinheiro ou encontrar seu verdadeiro amor a partir das linhas ou sinais nas suas mãos. Suspeito que muitos dos que pensam ter encontrado a comprovação para a quiromancia estejam cometendo a predisposição para a confirmação, e tenham encontrado essa comprovação sob a forma de depoimentos.
O desejo de saber o futuro parece ter originado a quiromancia e outras formas de adivinhar conhecimentos secretos através de revelações paranormais. Além disso, os adivinhos nos aliviam da obrigação de coletar indícios e raciocinar a respeito desses indícios. Nossos quiromantes, grafólogos, etc., também nos aliviam da difícil tarefa de avaliar as conseqüências de se assumir diversas atitudes. Absolvem-nos da responsabilidade pela tomada de decisões. São grandes confortos, portanto, para os inseguros, os preguiçosos e os incompetentes. Claro que podem também ser data points, ou seja, fornecem um dado a mais que a pessoa pode usar para tomar uma decisão. Alguns escritores chegam a usar adivinhações como o Tarô ou o I Ching para lhes dar idéias para personagens ou enredos (Pickover, 40-41). Imagino que poderiam sair-se igualmente bem folheando a Bíblia, um jornal, uma antologia poética ou uma enciclopédia.
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