domingo, 6 de maio de 2007

O nome dela é João.... Maria João

ALCANENA
10 de Maio - 21:30
Pavilhão Municipal Carlos Calado
O novo desafio brasileiro de Maria João

Muitos anos depois, a cantora volta a gravar um disco apenas com o seu nome, “João”, com 14 canções retiradas do cancioneiro popular do Brasil

“João”. Simplesmente “João”. Assim se chama o próximo disco de Maria João, com lançamento previsto para o mês de Abril, com selo da Universal. Depois de um período de 12 anos de grande cumplicidade com o pianista e compositor Mário Laginha, a cantora aposta agora num trabalho em seu nome, que inclui 14 temas saídos do riquíssimo cancioneiro popular brasileiro. A viagem pela música do outro lado do Atlântico inclui canções que foram, na sua grande maioria, alvo de inúmeras versões e interpretações, o que faz do novo trabalho em estúdio, como a própria intérprete reconhece, “um desafio arriscado”. Essa é uma das razões mais fortes para a cantora ter escolhido “João” para título de um trabalho muito pessoal que estava em maturação há já alguns anos e, explica, porque é assim que a tratam os amigos e as pessoas que lhe são mais próximas.

A ligação da cantora à música brasileira é antiga e perceptível em quase todos os discos em que participou, mesmo sem contar com o óbvio “Chorinho Feliz”, feito com o seu companheiro de aventuras musicais. A relação de Maria João com os ritmos, as melodias e o jeito do Brasil é tão forte e duradoura, que uma das maiores dores de cabeça da cantora foi ter de transformar um “infindável” lote inicial de canções, numa escolha muito mais restrita que fizesse sentido como conjunto. O resultado final engloba temas que vão desde velhos êxitos como “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu, “Canto de Ossanha”, de Powell e Vinicius e “No Tabuleiro da Baiana”, de Ary Barroso, passando por três canções da dupla Edu Lobo/Chico Buarque e um tema de Caetano Veloso, “Dor de cotovelo”, até versões de autores mais recentes, casos de Lenine, Carlinhos Brown ou Marisa Monte. O autor mais solicitado é Chico Buarque, com cinco dos temas do CD, três deles em parceria com Edu Lobo.

Incapaz de se limitar a “dar voz” a canções que já foram interpretadas por meio mundo, Maria João empresta-lhes o seu toque muito pessoal, valendo-se de uma imparável criatividade e de um aparelho vocal de reconhecida versatilidade. Do intimismo quase sussurrante de temas como “Meu Namorado” ou “A Outra”, Maria João salta para explosões de energia patentes em “ECT” ou “Canto de Ossanha”, percorrendo com grande à vontade uma série de registos diferentes, um dos seus trunfos mais fortes.

O disco contou com a participação de um grupo de instrumentistas de méritos firmados: o guitarrista Mário Delgado, o contrabaixista Yuri Daniel, o baterista Alexandre Frazão e a harpista Eleonor Picas. Os arranjos, colectivos, foram dirigidos por Miguel Ferreira, teclista dos Clã, que também assina a produção.

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